terça-feira, 11 de dezembro de 2012



OS BRINQUEDOS


Para Vygotsky, o ensino sistemático não é o único fator responsável para alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal. Ele considera o brinquedo uma importante fonte de promoção do desenvolvimento,afirmando que apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento infantil,num sentido amplo, se refere principalmente à atividade ao ato de brincar, ressaltando, que embora analise o desenvolvimento do brinquedo mencionando outras modalidades (como por exemplo, os jogos esportivos) dedica-se mais especialmente ao jogo de papéis ou a brincadeira de faz- de- conta (como por exemplo, brincar de polícia e ladrão, de médico, de vendinha, etc.). Este tipo de brincadeira é característica nas crianças que aprendem a falar, e que, portanto já são capazes de representar simbolicamente e de se envolver numa situação imaginária.
De acordo com o autor, através do brinquedo a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende da motivação interna. Nessa fase (idade pré-escolar) ocorre uma diferenciação entre os campos de significado e de visão. O pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior passa a ser regido pelas idéias. A criança poderá utilizar materiais que servirão para representar uma realidade ausente, por exemplo. Uma vareta de madeira como uma espada, um boneco como filho no jogo de casinha, papéis cortados como dinheiro, para ser usado na brincadeira de lojinha, etc. Nesses casos ela será capaz de imaginar, abstrair as características dos objetos reais (o boneco, a vareta e os pedaços de papel) e se deter no significado definido pela brincadeira.
A criança passa a criar uma situação imaginária, como forma de satisfazer seus desejos não realizáveis. Esta é, aliás, a característica que define o brinquedo de um modo geral. A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos adultos e não apenas ao universo dos objetos a que ela tem acesso.Dessa maneira a criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que não seja da maneira que não esperávamos, não podemos interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está realizando.
Devemos nos limitar a seguir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. A participação do adulto deve ser em ouvir, motivá-la a falar, pensar, inventar. O brinquedo entendido como objeto, suporte de brincadeira supõe relação íntima com a criança, seu nível de desenvolvimento, indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organize sua utilização. (Kishimoto, 1997).

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